quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Nós, cristãos, não podemos olhar para as eleições vendo nelas apenas uma questão de cidadania. Antes disto, é uma forma de viver a fraternidade e de praticar o gesto da caridade na comunidade. Por isto, devemos votar em quem vai realmente agir com justiça e administrar com honestidade, defendendo as pessoas mais pobres e lutar pela dignidade da vida humana.

Mais uma vez vamos escolher novos prefeitos e vereadores que, normalmente, são pessoas muito próximas de nós, que batem em nossas portas pedindo votos. O interessante é que, neste tempo, vão às festas da Igreja, cumprimentam a todos com sorriso, com muitas promessas, distribuem santinhos, sempre procurando apoio.

Não podemos ficar indiferentes nesse tempo desfazendo da importância das eleições. Uns chegam a dizer: “é sempre a mesma coisa”; “ninguém presta”; “não adianta fazer nada”. Às vezes apontamos para Brasília dizendo: “lá o dinheiro corre solto como uma cachoeira”, são constantes CPIs sem colocar ninguém na cadeia e tudo fica só na impunidade.

Temos que estar conscientes de que estas atitudes significam favorecer os maus políticos. Eles não querem mudar. O que devemos fazer? Trocar ideias, informações, conhecer melhor as leis, os candidatos e fazer boas escolhas, votando de forma consciente, com liberdade, sabendo que o bom ou mau candidato é a gente que escolhe.

Nos meses de julho até outubro os nossos Conselhos Paroquiais, as Capelas, os Movimentos e Grupos organizados devem dedicar tempo para refletir sobre o momento eleitoral. Mas ter sempre em mente que a nossa Igreja não tem candidatos e nem partidos, mas tem princípios, tem espaço para o diálogo sereno e esclarecedor. Campanha eleitoral deve ser tempo formativo do eleitor, criando consciência sobre o valor de seu voto.

Temos novas leis que precisam ser colocadas em prática: a 9840, que pune a compra de votos, aprovada em 1999; a da Ficha Limpa, aprovada em 2010, ambas nascidas de milhões de assinaturas em nossas igrejas. Leis questionadas na justiça porque contrariam interesses poderosos. Elas devem cumprir seu papel de afastar políticos oportunistas. Façamos a nossa parte para um mundo melhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
 
 

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