quinta-feira, 19 de setembro de 2013

VI CONGRESSO ESTADUAL COMUNIDADES NOVAS DO RN



Inscrições e informações: www.congressoestadualcomunidadesnovas.com

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A PALAVRA DO FUNDADOR


Ut unum sint (todos sejam um)
Prezados irmãos em Cristo

“Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino!” (Luc 12,32).

Estamos vivendo um momento significativo e de muitas graças na vida e história da Fraternidade Católica Éfeso. No último dia 21 de dezembro de 2012, a Igreja, por meio do nosso Arcebispo e pastor Dom Jaime Vieira Rocha, nos reconheceu por Decreto Canônico, uma Associação Privada de fieis, como dito no decreto, reconhecida validamente por nossa autoridade Diocesana como católica, conforme os cânones 298 a 312. Decreto datado do dia 19 de dezembro de 2012.
Ser reconhecida pela autoridade da Igreja é confirmar, que a inspiração do fundador em dar vida a uma obra, não foi uma vontade meramente humana, foi, e é, inspiração de Deus e obra da ação do Espírito Santo em seus membros. Alegra-nos saber que a igreja nos confirma e nos liga ao céu. Fazer parte de uma obra legitimamente reconhecida pela Igreja é ter a certeza que o local onde estamos é obra de Deus, e como tal, precisamos como membros, corresponder à necessidade desta obra para que a cada dia cumpra com a sua missão.
A palavra da Escritura retirada do Evangelho segundo São Lucas, foi uma motivação da parte de Deus para acolhermos com amor, generosidade e humildade o reconhecimento da Igreja. Foi para mim, e acredito para muitos, uma surpresa, pois como diz a escritura nos sentimos como “pequenino rebanho”, mas que Deus quis nos conceder, como fruto do seu amor para conosco, tão grande e significativa graça. Convido a todos que se sentem, ou mesmos não sendo membros efetivos, se alegram com esta iniciativa da Igreja, a abrir-se para acolher as graças provindas como consequência deste Reconhecimento Diocesano.
Tudo isso é muito bom, mas nada disso é possível se Deus não estiver conosco (conf. Sal 127,1), e também, se cada um com desprendimento, dedicação, amor, perseverança e responsabilidade, se esforçarem para que a obra de Deus cumpra com sua missão no mundo em que vivemos. Aproveito para convidá-lo a se manter fiel a Cristo e sua Igreja como membro e amigo da Fraternidade Católica Éfeso, sendo um cooperador sempre fiel à obra de Deus.
Neste ano de 2013, Deus nos convida a “lançar as redes para águas mais profundas” (conf. Luc 5, 4), mesmo diante de nossas limitações financeiras e de poucos operários na messe do Senhor, temos a certeza que esta obra não nos pertence, e sim a Deus: “Ouvi-me, vós da casa de Jacó, tudo o que resta da casa de Israel, Vós, a quem carreguei desde o seio materno, a quem levei desde o berço. Até a vossa velhice continuo o mesmo, até vos cobrirdes de cãs continuo a carregar-vos: eu vos criei e eu vos conduzirei, eu vos carregarei e vos salvarei”. (Isaias 46,3-4)
Neste ano estamos alargando a obra de Deus, cumprindo com a nossa missão que é Evangelizar, “Ide por todo o mundo, proclamai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16, 15). Nos próximos dias, estamos fundando mais uma Casa de Oração (Centro de Evangelização) a primeira missão oficial da Éfeso, esta missão que já se iniciou desde o dia 25 de junho de 2012, na comunidade do Lenigrado, no bairro do Planalto, pertencente à Área Pastoral de Nossa Senhora da Assunção, colhe seu primeiro fruto com a abertura de uma casa de oração e formação, com diz a escritura, ”com efeito, minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Isaias 56, 7b). Neste avançar para águas mais profundas, fundaremos duas frentes de missão na cidade de Natal, uma na Paróquia de Santa Maria Mãe na Igreja de São marcos no Panatis II, Zona Norte da cidade, com a abertura de um Grupo de Comunhão todas as terças-feiras, às 19h30min a partir do dia 5 de março de 2013 e outra na Paróquia de São João Batista na Igreja de Santo Antonio em Lagoa Nova, Zona Sul da Cidade com um Grupo de Comunhão a definir dia e data para começar. Essas duas frentes de missão terá como principal objetivo ser um sinal de Deus, cooperar com a sua Igreja, e no futuro, organizar nos seus setores, a abertura de um Centro de Evangelização, uma espécie de filial da Fraternidade Católica Éfeso.
Com o Reconhecimento Diocesano e aprovação dos Estatutos da Éfeso, convocamos a Assembleia Geral Ordinária que terá, entre outros objetivos, eleger o Núcleo de Governo Geral, e elaborar o plano Estratégico para os próximos cinco anos, que desde já, pedimos a todos, oração e empenho para colocar o planejado em prática. Também discernimos a penitência coletiva para o ano de 2013, que será a abstinência de doces todas as quartas-feiras do ano de 2013 iniciando na quarta de cinzas 13 de fevereiro até a quarta dia 18 de dezembro de 2013. Essa abstinência não nos desobriga a abstinência pessoal da quaresma.
Tudo isso é muito bom, mas para que possamos: “levar a bom termo entre vós essa obra de generosidade, como já a tinha começado” (II Cor 8,6), é necessária uma atitude de oração, doação e comunhão, sem essas atitudes a obra de Deus, tende a ficar danificada.
Portanto, diante de todos esses fatos, venho convidá-lo a unirmos esforços, e junto comigo e nossos irmãos de comunidade, a tomar algumas atitudes que são necessárias para que a obra de Deus cumpra com seus objetivos e chegue a bom termo:
1.       A intensificar a vida de oração diária e a busca constante pelos sacramentos, com o comprometimento de serem pessoas espirituais;
2.       A ser fiel ao apelo e envio do Senhor de Evangelizar todos os povos;
3.       Ser fiel nos compromissos assumidos na comunidade, sobretudo na vivência comunitária, na participação do grupo de comunhão e na fidelidade a frequência e exercício de seu ministério ou serviço;
4.       A ser fiel ao mandamento de Deus e da Igreja como dirá no Catecismo “os fieis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja”, ou seja, devolver o dízimo como dirá Malaquias 3, 10 “trazei o dízimo integral para o tesouro, a fim de que haja alimento em minha casa. Provai-me com isto, disse Iahweh dos exércitos, para ver se eu não abrirei as janelas do céu e não derramarei sobre vós bênçãos em abundancia. São Paulo complementa essa passagem dizendo: “Convém lembrar: aquele que semeia pouco, pouco ceifará, aquele que semeia em profusão, em profusão ceifará. Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”. Você crer nisso? (II Coríntios 9 6-7);
5.       Priorizar o trabalho com os pobres, inserindo-se nas comunidades carentes, a qual muitos chamam favelas. E levar uma assistência sócio-pastoral, dando dignidade para todos, vendo e acolhendo a Jesus Cristo no nosso irmão excluído e sofrido;
6.       A viver intensamente esse tempo quaresmal e de um modo particular o ano da fé.
Feliz pela compreensão e oração de todos, peço as bênçãos de Deus pela intercessão de Maria Santíssima, São José, Beata Teresa de Calcutá, São Maximiliano Kolbe e Santa Teresinha de Lisieux, para todos nós.


Natal, 22 de fevereiro de 2013.

Com amor fraternal


Carlos Magno Cordeiro de Moura
Moderador Geral/Fundador


Para meditar:
No final de tudo diremos: “somos simples servos, fizemos apenas o que devíamos fazer(Luc 17, 10b).
“Se Iahweh não constrói a casa, em vão labutam os construtores; se Iahweh não guarda a cidade, em vão vigiam os guardas”. (Sl 127,1)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SITE DA ÉFESO

Já esta no ar o site da Fraternidade Católica Éfeso. lançado no dia 28 de dezembro as 16h. acesse conheça-nos melhor e receba noticias se cadastrando.

www.fraterefeso.com.br


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Reconhecimento Canônico da Fraternidade Católica Éfeso


No próximo dia 21 de dezembro a Fraternidade Católica Éfeso, receberá e celebrará Missa em ação de Graças pelo Reconhecimento Diocesano como Associação Privada de Fieis. (ver convite ao lado)

Mas o que é este Reconhecimento para gerar tanto júbilo no coração da Igreja?

Este reconhecimento, seja ele Particular ou Pontifício, é uma decisão que a Igreja toma em abraçar e autenticar “o Dom” que o próprio Espírito Santo suscitou no coração da Igreja. Esta confirma que o carisma é um dom na Igreja e para a Igreja. Como a própria palavra do Senhor nos diz: “Não extingais o Espírito... Examinai tudo: abraçai o que é bom...” (I Tess 5,19.21).

O reconhecimento de uma associação privada de fiéis significa a eclesialidade de seu carisma, ou seja, a própria Igreja confirma que essa associação é, de fato, um dom de Deus para o bem e edificação da Igreja a fim de contribuir com sua atividade evangelizadora.

É UMA GRANDE GRAÇA

Jesus disse que aquilo que a Igreja ligar na terra será ligado no céu. Ser reconhecido canonicamente é descobrir que a vocação a que fomos chamados é mais que um desejo pessoal, é vontade de Deus. O carisma foi provado e graças a Deus hoje é aprovado.

O Reconhecimento Canônico por parte da Igreja Particular ou a nível Pontifício é um discernimento concedido pela Igreja em sua estrutura hierárquica na qual como diz a própria escritura sagrada: “Não extingais o Espírito... Examinai tudo: abraçai o que é bom...” (I Tess 5,19.21).

É assim que se prova de forma Canônica o sobro do Espírito e ratificando o Carisma como autêntica obra de Deus, não fruto da imaginação de homens. Mas toda inspiração de Deus, confirmada pela graça jurídica da Igreja que tem como poder de confirmar ou não, um sobro do Espírito Santo. Isto cabe a ela como mãe e mestra.

A igreja abre as comportas do céu e nos legitima.

Você é o nosso convidado para este dia de alegria e ação de Graças.

Reconhecimento Canônico da Fraternidade Católica Éfeso e Aniversário do Fundador.
21 de dezembros de 2012, às 19h30min na casa sede da Fraternidade Católica Éfeso, Avenida Bom Pastor, 1118, Bom Pastor, Natal-RN.
Fone: 4141-7287 / 8882-2400 / 9918-2528
E-mail: fraternidadecatolicaefeso@hotmail.com
 
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

II CRISTO NO ESPORTE - TORNEIO DE FUTSAL COM FEIJOADA


ARQUIDIOCESE DE NATAL

FRATERNIDADE CATÓLICA ÉFESO

Aos Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas, Aos Coordenadores e Dirigentes de Pastoral, Grupo, Movimentos e Serviços, Articuladores paroquial de pastoral, Dirigente de Grupos Jovens,
Coordenadores, Fundadores e responsável por missão das Novas Comunidades, Demais interessados.

 

 
No próximo dia 15 de novembro de 2012 a Fraternidade Católica Éfeso promoverá o II CRISTO NO ESPORTE, evento que tem por objetivo evangelizar através de modalidades esportivas e criar um clima de fraternização entre os participantes do evento.

O local do encontro será a Escola Municipal Professora Francisca Ferreira, localizada no Bairro do Bom Pastor na localidade do Km6, vizinho a DVN vidros, estrada de macaíba com inicio a partir das 8h.

O evento contará com um Torneio de Futsal com vagas limitadas e Feijoada, além de professor de Ginástica e espaço para crianças com pula-pula e brincadeiras. A premiação será em dinheiro e com entrega de medalhas e troféus ao 1º e 2º lugar.

 

A premiação será da seguinte forma:

Campeonato de Futsal

a) Campeão = R$ 300,00 + troféu e medalhas para os atletas;

b) Vice-campeão = R$ 150,00 + troféu e medalhas para os atletas;

A senha para feijoada, a inscrição do torneio e a participação como torcedor será mediante adesão, compra e contribuição de inscrição.

Maiores informações e inscrição 84-4141-7287 / 8882-2400 / 8813-0541 / 9918-2528

Torneio: 8h às 17h

Feijoada: 10h30min com música ao vivo e sorteio de brindes

Brincadeiras e ginástica: 9h às 15h30min

Atração: Ministério de Música Éfeso e Louvorgod (Shalom)

 

QUANTO A PRÉ - INSCRIÇÀO E INSCRIÇÃO

1. Os times deverão estar munidos de carta de apresentação da paróquia assinada por seus respectivos párocos, dirigentes dos grupos, movimentos, pastorais etc, do seu superior no caso de Congregações e comunidades de Vida e Aliança ou reitor no caso de Seminaristas;

2. Poderão participar membros da igreja católica, inserida em movimentos, pastorais, grupos de oração, congregações religiosas, associações, comunidades de Vida e Aliança, Seminário de São Pedro...;

3. Os jogadores serão todos do sexo masculino com a idade mínima de 13(treze) anos;

4. A pré – inscrição será feita no período de 01/11/2012 a 13/11/2012 e confirmada por comprovante de pagamento;

5. Locais de inscrição: Fraternidade Católica Éfeso ou por solicitação de ficha e envio para o e-mail efesoeventos@hotmail.com ou fraternidadecatolicaefeso@hotmail.com, em caso de não resposta em 24h fazer solicitação por telefone;

6. As regras do torneio poderão ser solicitadas após a pré-inscrição por e-mail a fraternidadecatolicaefeso@hotmail.com;

7. O pagamento devera ser feito com até 72h de antecedência na sede da Fraternidade Católica Éfeso ou por deposito bancário em nome de: Associação Fraternidade Católica Éfeso Banco Caixa Econômica Federal, agencia 0035, operação 003, conta corrente 6927-8. Na obrigação de apresentar o comprovante com até 24h antes do evento, caso contrário estará sujeito ao cancelamento da inscrição;

8. Quanto a informações de local, dia, hora e etc. será comunicado no ato da inscrição ou no blog da Fraternidade Católica Éfeso, fraternidadecatolicaefeso.blogspot.com;

9. A inscrição será de R$ 50,00 (cinquenta reais) futsal por time, pagos segundo as normas aqui estabelecidas;

10. A taxa, a qual se refere à regra anterior será apenas para participar do torneio não incluso despesas com alimentação, transporte, pessoal ou outra que a de vir;

11. Em caso de grupos não se enquadrarem na regra 2(dois) do regulamento poderá fazer um time misto, mas da mesma paróquia;

12. A senha para Feijoada será R$ 5,00 (cinco reais), com direito a acesso ao torneio (observador);

13. O acesso ao torneio se dará mediante compra de senha no valor de R$2,00 (dois reais)

14. O acesso dos jogadores e sua equipe será permitida como exposto no regulamento;

15. Orienta-se que o valor da premiação seja revertido para os trabalhos de evangelização e sustento da instituição;

16. Duvidas deverão ser tiradas antes do encontro e/ou da inscrição por telefone ou e-mail ou na necessidade na casa sede da Fraternidade Católica Éfeso;

17. Regulamento completo solicitar via e-mail com a ficha de inscrição.

Aguardamos a sua participação e torcida.

 
 

Natal, 31 de outubro de 2012.

 
 

Comissão Organizadora
 
 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

SANTA MISSA PARA A ABERTURA DO ANO DA FÉ

 
HOMILIA DO PAPA BENTO XVI

Praça de São Pedro
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012


Venerados Irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!


Hoje, com grande alegria, 50 anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, damos início ao Ano da fé. Tenho o prazer de saudar a todos vós, especialmente Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca de Constantinopla, e Sua Graça Rowan Williams, Arcebispo de Cantuária. Saúdo também, de modo especial, os Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais católicas, e os Presidentes das Conferências Episcopais. Para fazer memória do Concílio, que alguns dos aqui presentes – a quem saúdo com afeto especial - tivemos a graça de viver em primeira pessoa, esta celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, que quis recordar a memorável procissão dos Padres conciliares, quando entraram solenemente nesta Basílica; a entronização do Evangeliário, cópia daquele que foi utilizado durante o Concílio; e a entrega das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica, que realizarei no termo desta celebração, antes da Bênção Final. Estes sinais, não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro sentido. E este sentido foi e ainda é a fé em Cristo, a fé apostólica, animada pelo impulso interior que leva a comunicar Cristo a cada homem e a todos os homens, no peregrinar da Igreja nos caminhos da história.

O Ano da fé que estamos inaugurando hoje está ligado coerentemente com todo o caminho da Igreja ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em 1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e sempre. Entre estes dois Pontífices, Paulo VI e João Paulo II, houve uma profunda e total convergência na visão de Cristo como o centro do cosmos e da história, e no ardente desejo apostólico de anunciá-lo ao mundo. Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus. Ele é o cumprimento das Escrituras e seu intérprete definitivo. Jesus Cristo não é apenas o objeto de fé, mas, como diz a Carta aos Hebreus, é aquele «que em nós começa e completa a obra da fé» (Hb 12,2).

O Evangelho de hoje nos fala que Jesus Cristo, consagrado pelo Pai no Espírito Santo, é o verdadeiro e perene sujeito da evangelização. «O Espírito do Senhor está sobre mim, / porque ele me consagrou com a unção / para anunciar a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4,18). Esta missão de Cristo, este movimento, continua no espaço e no tempo, ao longo dos séculos e continentes. É um movimento que parte do Pai e, com a força do Espírito, impele a levar a Boa-Nova aos pobres, tanto no sentido material como espiritual. A Igreja é o instrumento primordial e necessário desta obra de Cristo, uma vez que está unida a Ele como o corpo à cabeça. «Como o Pai me enviou, também eu vos envio» (Jo 20,21). Estas foram as palavras do Senhor Ressuscitado aos seus discípulos, que soprando sobre eles disse: «Recebei o Espírito Santo» (v. 22). O sujeito principal da evangelização do mundo é Deus, através de Jesus Cristo; mas o próprio Cristo quis transmitir à Igreja a missão, e o fez e continua a fazê-lo até o fim dos tempos infundindo o Espírito Santo nos discípulos, o mesmo Espírito que repousou sobre Ele, e n’Ele permaneceu durante toda a vida terrena, dando-lhe a força de «proclamar a libertação aos cativos / e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor» (Lc 4,18-19).

O Concílio Vaticano II não quis colocar a fé como tema de um documento específico. E, no entanto, o Concílio esteve inteiramente animado pela consciência e pelo desejo de ter que, por assim dizer, imergir mais uma vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem contemporâneo. Neste sentido, o Servo de Deus Paulo VI, dois anos depois da conclusão do Concílio, se expressava usando estas palavras: «Se o Concílio não trata expressamente da fé, fala da fé a cada página, reconhece o seu caráter vital e sobrenatural, pressupõe-na íntegra e forte, e estrutura as suas doutrinas tendo a fé por alicerce. Bastaria recordar [algumas] afirmações do Concílio (...) para dar-se conta da importância fundamental que o Concílio, em consonância com a tradição doutrinal da Igreja, atribui à fé, a verdadeira fé, que tem a Cristo por fonte e o Magistério da Igreja como canal» (Catequese na Audiência Geral de 8 de março de 1967). Até aqui, a citação de Paulo VI, em 1967.

Agora, porém, temos de voltar para aquele que convocou o Concílio Vaticano II e que o inaugurou: o Bem-Aventurado João XXIII. No Discurso de Abertura, ele apresentou a finalidade principal do Concílio usando estas palavras: «O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz. (...) Por isso, o objetivo principal deste Concílio não é a discussão sobre este ou aquele tema doutrinal... Para isso, não havia necessidade de um Concílio... É necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada de forma a responder às exigências do nosso tempo» (AAS 54 [1962], 790791-792). Até aqui, a citação do Papa João XIII, na inauguração do Concílio.

À luz destas palavras, entende-se aquilo que eu mesmo pude então experimentar: durante o Concílio havia uma tensão emocionante, em relação à tarefa comum de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé no hoje do nosso tempo, sem sacrificá-la frente às exigências do presente, nem mantê-la presa ao passado: na fé ecoa o eterno presente de Deus, que transcende o tempo, mas que só pode ser acolhida no nosso hoje, que não torna a repetir-se. Por isso, julgo que a coisa mais importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a presente, seja reavivar em toda a Igreja aquela tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo. Mas para que este impulso interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de confusão, é necessário que ele se apoie sobre uma base de concreta e precisa, e esta base são os documentos do Concílio Vaticano II, nos quais este impulso encontrou a sua expressão. É por isso que repetidamente tenho insistido na necessidade de retornar, por assim dizer, à «letra» do Concílio - ou seja, aos seus textos - para também encontrar o seu verdadeiro espírito; e tenho repetido que neles se encontra a verdadeira herança do Concílio Vaticano II. A referência aos documentos protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. O Concílio não excogitou nada de novo em matéria de fé, nem quis substituir aquilo que existia antes. Pelo contrário, preocupou-se em fazer com que a mesma fé continue a ser vivida no presente, continue a ser uma fé viva em um mundo em mudança.

Se nos colocarmos em sintonia com a orientação autêntica que o Bem-Aventurado João XXIII queria dar ao Vaticano II, poderemos atualizá-la ao longo deste Ano da Fé, no único caminho da Igreja que quer aprofundar continuamente a «bagagem» da fé que Cristo lhe confiou. Os Padres conciliares queriam voltar a apresentar a fé de uma forma eficaz, e se quiseram abrir-se com confiança ao diálogo com o mundo moderno foi justamente porque eles estavam seguros da sua fé, da rocha firme em que se apoiavam. Contudo, nos anos seguintes, muitos acolheram acriticamente a mentalidade dominante, questionando os próprios fundamentos do depositum fidei a qual infelizmente já não consideravam como própria diante daquilo que tinham por verdade.

Se a Igreja hoje propõe um novo Ano da fé e a nova evangelização, não é para prestar honras a uma efeméride, mas porque é necessário, ainda mais do que há 50 anos! E a resposta que se deve dar a esta necessidade é a mesma desejada pelos Papas e Padres conciliares e que está contida nos seus documentos. Até mesmo a iniciativa de criar um Concílio Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização – ao qual agradeço o empenho especial para o Ano da fé – enquadra-se nessa perspectiva. Nos últimos decênios tem-se visto o avanço de uma "desertificação" espiritual. Qual fosse o valor de uma vida, de um mundo sem Deus, no tempo do Concílio já se podia perceber a partir de algumas páginas trágicas da história, mas agora, infelizmente, o vemos ao nosso redor todos os dias. É o vazio que se espalhou. No entanto, é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e mulheres. No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus que liberta do pessimismo. Hoje, mais do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma vida nova, transformada por Deus, indicando assim o caminho. A primeira Leitura falava da sabedoria do viajante (cf. Eclo 34,9-13): a viagem é uma metáfora da vida, e o viajante sábio é aquele que aprendeu a arte de viver e pode compartilhá-la com os irmãos - como acontece com os peregrinos no Caminho de Santiago, ou em outros caminhos de peregrinação que, não por acaso, estão novamente em voga nestes últimos anos. Por que tantas pessoas hoje sentem a necessidade de fazer esses caminhos? Não seria porque neles encontraram, ou pelo menos intuíram o significado do nosso estar no mundo? Eis aqui o modo como podemos representar este Ano da fé: uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos.

Venerados e queridos irmãos, no dia 11 de outubro de 1962, celebrava-se a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. A Ela lhe confiamos o Ano da fé, tal como fiz há uma semana, quando fui, em peregrinação, a Loreto. Que a Virgem Maria brilhe sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela nos ajude a pôr em prática a exortação do Apóstolo Paulo: «A palavra de Cristo, em toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros, com toda a sabedoria... Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a Deus Pai» (Col 3,16-17). Amém.





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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Bento XVI pede proteção e bênçãos para as aberturas do Sínodo e do Ano da Fé


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O papa Bento XVI deixou o Vaticano na manhã de hoje, 4 de outubro, transferindo-se para a cidade de Loreto, região italiana das Marcas, em peregrinação ao Santuário da Santa Casa. Após uma viagem de helicóptero, o Santo Padre visitou o Santuário e celebrou uma missa. O retorno ao Vaticano está previsto para o fim da tarde. A visita de Bento XVI é a oitava de um Pontífice nos últimos 50 anos.
Na sua homilia na celebração da missa diante do Santuário e na presente de mais de 10 mil pessoas, o papa Bento XVI iniciou recordando que no dia 4 de outubro de 1962, o Beato João XXIII foi em peregrinação ao Santuário de Loreto para confiar à Virgem Maria o Concílio Ecumênico Vaticano II, que seria inaugurado uma semana depois.
À distância de 50 anos, também Bento XVI quis ir em peregrinação a Loreto para “confiar à Mãe de Deus duas importantes iniciativas eclesiais: o Ano da Fé, que terá início daqui a uma semana, no dia 11 de outubro, no quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para o mês de outubro, com o tema “A Nova Evangelização para a transmissão da Fé Cristã”.
Depois de saudar as autoridades civis e eclesiásticas presentes o Santo Padre recordou a Carta Apostólica de convocação, do Ano da Fé, um tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. E justamente em Loreto, disse o Papa, temos a oportunidade de nos colocarmos na escola de Maria, que foi proclamada “Bem-aventurada” porque “acreditou”.
Bento XVI citou o Santuário: “Este Santuário, construído ao redor de sua casa terrena, guarda a memória do momento no qual o Anjo do Senhor veio a Maria com o grande anúncio da Encarnação, e ela lhe deu sua resposta. Esta humilde habitação é um testemunho concreto e tangível do maior acontecimento da nossa história: a Encarnação; o Verbo se fez carne, e Maria, a serva do Senhor, é o canal privilegiado através do qual Deus habitou entre nós. Maria ofereceu a sua carne, colocou-se inteiramente à disposição da vontade de Deus, tornando-se “lugar” de sua presença, “lugar” no qual habita o Filho de Deus”.
O Beato João XXIII há 50 anos, em Loreto, convidava a contemplar este mistério, a “refletir sobre esta união do céu com a terra, que é a finalidade da Encarnação e da Redenção”, e continuava afirmando que o próprio Concílio tinha como objetivo estender sempre mais o alcance benéfico da Encarnação e Redenção de Cristo em todas as formas da vida social.
O Santo Padre encerrou a sua homilia lembrando que sua peregrinação se dá, providencialmente, no dia em que se celebra a memória de São Francisco de Assis, verdadeiro “Evangelho Vivo” e com uma prece a Maria.
“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-Lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”.
 
Qui, 04 de Outubro de 2012 11:05 por: cnbb